Celulares nas escolas: alerta para o vício e impactos na saúde mental de estudantes

Celulares nas escolas: alerta para o vício e impactos na saúde mental de estudantes
O uso excessivo de celulares por crianças e adolescentes tem gerado preocupação entre educadores, pais e especialistas. Nas escolas, o tema divide opiniões e se tornou uma questão urgente: o que era antes apenas uma ferramenta de comunicação e pesquisa passou a ser um potencial gatilho para o vício e problemas relacionados à saúde mental.
Estudos recentes mostram que o tempo excessivo de exposição às telas pode desencadear transtornos como ansiedade, depressão e dificuldades de concentração. A psicóloga educacional Mariana Souza afirma que o uso frequente dos celulares afeta diretamente o desempenho escolar. “A capacidade de atenção está sendo constantemente comprometida. Os jovens têm dificuldade em se desconectar, o que impacta na aprendizagem e nas relações interpessoais.”
O desafio das escolas
Escolas de diversas regiões têm adotado medidas para regular o uso dos celulares, como restrições durante o horário de aula ou até o armazenamento dos aparelhos em armários específicos. Para a diretora pedagógica Ana Carla Ribeiro, o desafio é encontrar um equilíbrio. “Não podemos ignorar a tecnologia, mas é preciso ensinar os alunos a utilizá-la de forma responsável. O celular não pode ser o protagonista no ambiente escolar.”
Algumas instituições de ensino têm optado por projetos que promovem a chamada “desintoxicação digital”, incentivando atividades presenciais e coletivas, como rodas de leitura e debates. A ideia é resgatar a interação social, que muitas vezes é deixada de lado por conta das telas.
Saúde mental em risco
O impacto do celular vai além do ambiente escolar. Estudos publicados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que o uso prolongado de dispositivos eletrônicos está diretamente associado ao aumento de casos de insônia, estresse e baixa autoestima em jovens. “A comparação constante nas redes sociais é um fator de risco para a saúde mental. Os adolescentes passam a basear sua autoimagem em curtidas e seguidores, o que gera frustração e insegurança”, explica a psiquiatra infantil Luiza Mendes.
Os pais também têm papel fundamental no controle do uso dos celulares. Segundo especialistas, impor limites claros, como horários específicos para o uso do aparelho, pode ajudar a reduzir os impactos negativos.
Um futuro conectado, mas consciente
Embora o celular seja uma ferramenta indispensável para a vida moderna, especialistas reforçam a importância de educar crianças e adolescentes para o uso consciente. “A tecnologia não é o problema, mas o excesso. Precisamos criar um ambiente em que ela seja uma aliada, e não uma inimiga”, conclui Mariana Souza.
A discussão sobre o uso de celulares nas escolas continua em pauta, com a certeza de que é necessário encontrar soluções que promovam o equilíbrio entre tecnologia, aprendizado e saúde mental.