Estiagem prejudica nível dos rios no Amazonas
AGÊNCIA BRASIL //
O nível do Rio Negro, em Manaus, atingiu 15,99 metros nesta segunda-feira (16), ficando 4 metros abaixo da cota, em comparação ao ano passado.
Em 2023, ano da seca histórica, o Rio Negro só ficou abaixo dos 16 metros nos últimos dias de setembro, de acordo com registros do Porto de Manaus. A média da descida tem variado até 25 centímetros por dia.
A capital amazonense começou, nesta segunda-feira, a primeira fase da Operação Estiagem, com a distribuição de cestas básicas para mais de 7 mil famílias de 93 comunidades ribeirinhas dos Rios Negro e Amazonas. Duas unidades de Saúde da Família Fluviais ficarão na base dos rios. As escolas municipais dessas localidades tiveram que ser abastecidas com merenda escolar e água, para garantir estoque até o fim deste mês.
Na zona rural de Manaus, o Museu do Seringal Vila Paraíso teve que fechar as portas nesta segunda, por causa da estiagem. O acesso ao Museu, agora, é caminhando por um quilômetro a pé. De acordo com a diretora, os turistas teriam que passar por barrancos e ficariam expostos a animais peçonhentos, como aranhas, escorpiões e cobras.
Ao todo, já foram enviadas 200 toneladas de medicamentos e insumos para cidades do interior, nos rios Madeira, Juruá, Purus e Alto Solimões. Uma usina de oxigênio foi instalada no município de Envira e o governo estadual também instalou 31 purificadores de água. Desde junho, mais de 13 mil focos de incêndio foram combatidos pelos Bombeiros. 1,5 mil só na capital, Manaus. Todos os 62 municípios amazonenses estão em situação de emergência por causa da estiagem.
Já em Rondônia, a área tomada pelo fogo no Parque Estadual Guajará-Mirim foi reduzida em 72% desde o início do mês, segundo o governo estadual. Já na Estação Ecológica Soldado da Borracha, três áreas foram controladas, inclusive para segurança da região. Pontes clandestinas usadas para o transporte de madeira também foram destruídas durante a operação.
No Acre, uma pequena mudança que não chega a ser um alívio… O Rio Acre, na capital Rio Branco, subiu cinco centímetros em dois dias, atingindo 1,32 metros nesse domingo (15) e se afastou da mínima histórica. Esse nível das águas ainda é menor que o registrado nos anos anteriores para esta época do ano. A situação do Rio Acre, na cidade de Brasíleia, na divisa com a Bolívia, também é preocupante. Por lá, está apenas 68 centímetros.
O governo do Acre solicitou urgência na liberação de cerca de R$ 11 milhões para diminuir o impacto da estiagem e combater os incêndios. Os recursos foram aprovados pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil.